Porque os caminhos se alteram

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Café e Excesso

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Em maio de 2008 escrevamos um texto pseudo-científico prepotente que divulgamos aqui onde trabalhamos.
Já não consigo mais encontrar as referências, mas é possível encontrar textos na internet com estes dados e afirmações. o interessante foi a maneira como compilamos e grifamos na época.

Como o café é algo transitório (não dura muito tempo nestes pequenos copinhos de plástico), segue nosso resumo científico na íntegra.

Café e Excesso

As críticas ao consumo de cafeína em quantidades moderadas são total e completamente infundadas, mas ainda arraigadas ao limitado conhecimento de pessoas desinformadas.
Em quantidades moderadas - o equivalente a 400-500 mg/dia - dose de até 4 xícaras - a cafeína não é prejudicial a saúde humana, desde a gestação até o final da vida. A administração aguda de cafeína causa um aumento modesto da pressão sangüínea arterial, dos níveis de catecolaminas, da atividade de renina plasmática, dos níveis de ácidos graxos livres, da produção de urina e da secreção gástrica. Ela altera o espectro eletroencefalográfico, o humor e o padrão do sono em voluntários normais.
A cafeína não está associada com o infarto do miocárdio, nem com o câncer do trato genitourinário inferior ou do pâncreas; com teratogenicidade ou doença fibrocística da mama. O papel da cafeína na produção de arritmias cardíacas ou de úlcera gástrica ou duodenal em pessoas normais também não foi confirmado, não havendo evidências de que a cafeína seja prejudicial ao ser humano sadio.
Apesar do consumo de café e chá ser antigo, as pesquisas que avaliam os efeitos do café no homem são recentes. Cerca de uma centena de produtos químicos foi identificada no café, sendo algumas, como o ácido clorogênico, até mais abundantes que a cafeína. A cafeína é o elemento do café mais estudado até o momento e o principal responsável pelas propriedades estimulantes que deram a popularidade à bebida. Mas seu consumo moderado não é prejudicial ao organismo.
Por isso é possível afirmar, sem margem de erro, que a cafeína é uma substância bastante segura para o consumidor, mesmo em doses razoavelmente elevadas. Um limite máximo não prejudicial para a saúde humana está na faixa de 500 mg diários de cafeína, o que equivale a meio litro de café tomados em quatro doses divididas durante o dia. Algumas pessoas, consumidoras regulares, podem desenvolvem tolerância, fazendo uso de grandes doses sem qualquer sinal de toxicidade.
O recorde mundial de consumo de café até o momento é de 215 xícaras grandes consumidas no espaço de 4 horas (DISCOVERY CHANNEL, Janeiro, 2004), sem problemas para a saúde do treinado consumidor (detentor de outros recordes de consumo de alimentos).



terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Truman the True Man


Estou aproveitando um pequeno tempo livre à noite para rever grandes filmes, pois sinto uma obrigação em assisti-los periodicamente, a luz de uma mente transitória.

Ontem assisti o genial “O Show de Truman”, um drama de 1998 indicado para 3 Oscars, estrelado por Jim Carrey, Ed Harris e a maravilhosa Laura Linney. Neste filme Carrey é Truman Burbank, o protagonista de um reality show global. Truman foi filmado 24 horas por dia desde que era um feto. Ele foi enclausurado em um grande estúdio, onde o único que de fato não estava atuando era ele. Neste imenso cenário, seu nascimento, seu primeiro beijo, todo seu período na universidade, seu casamento, toda sua vida foi transmitida instantaneamente, ao vivo, para todo o mundo. Truman é o único manipulado, que não tem conhecimento do show de TV ou do mundo fora daquela ilha.



No inicio do filme os créditos apresentam o ator principal, Truman Burbank as himself, ou seja, Truman como ele mesmo. Essa fusão da realidade e ficção, como se o filme fosse um universo paralelo real é vista em outros filmes de Jim Carrey, como no dramático “O brilho eterno de uma mente sem lembranças” “the eternal sunshine of a spotless mind”.

Starring Truman as himself.

O que acaba ocorrendo é que Truman se torna insatisfeito com suas condições de vida, sociais, profissionais, amorosas (o fato de todos os outros estarem atuando parece pouco relevante), e essa insatisfação faz com que ele perceba que há padrões de comportamento, cenas prontas e eventos periódicos na sociedade onde vive, que dependem unicamente dele. Notando a conspiração, ele passa a agir de maneira imprevisível, desmascarando ainda mais os atores ao seu redor. O diretor do show de TV, que controla todos os atores e por muito tempo determinara a vida de Truman, tenta incluir outros elementos, a fim de emocionar e controlar o protagonista, que conhecendo a intenção dos atores, consegue se distanciar das influências e destruí-las.

Ed Harris como Christof, o dono e controlador do reality show derrotado. E você achou que o Pedro Bial não tinha se inspirado em ninguém?


A história de Truman tem muito a ver com alguns questionamentos atuais, tais quais:

Devemos nos render à ilusão da cultura popular, fabricada pela mídia?

[Christof: Nos entediamos assistindo emoções fabricadas por atores. Nos cansamos de pirotecnia e efeitos especiais. Enquanto o universo que ele habita é, em alguns aspectos forjado, não há nada de falso em Truman. Sem scripts, sem falas prontas. Não é sempre Shakespare, mas é genuíno; é uma vida.]

Estaríamos nós tão imersos no universo midiático, a ponto de perder nosso senso crítico?

[Christof: Truman acredita na realidade que lhe é apresentada]

Em resumo, esse é um filme que eu definitivamente recomendo. Não é apenas uma sátira à televisão ou outras formas de mídia, é uma crítica ao espectador, que aceita esse sistema, se emociona com o show e o torna possível, e também aquele manipulado, que é uma pessoa tão ordinária quanto Truman, e muitas vezes se sente como ele se sentiu, entretanto é totalmente incapaz de livrar-se de sua rotina, de seu emprego, de sua esposa e de outras condicionalidades.


Laura Linney interpreta a esposa fictícia de Truman. Se a história fosse real, a atriz cobraria um cachê extra pelas transas? Truman seria mesmo a vítima se não pagasse nada pelos serviços?

Não é tão antigo quanto Sêneca, mas é tão atual quanto.
Abraços

Mais informações em: IMDb, Movies101, TransparencyNow

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sobre a Brevidade da Vida

Comecei a ler esta magnífica obra de Sêneca, cujo título utilizo para este meu texto.
Texto do gênero epistolar, fala sobre a finitude da vida humana e como a futilidade perturba e reduz a vida, sem benefícios.
Fique especialmente encantado com o início da terceira epístola:

Magritte - Time Transfixed (1938)
"Nenhum homem sábia deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas, No entanto, permites que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. não se encontrará ninguém que queira dividir sua riqueza, mas a vida é distribuída entre muito! São econômicos na preservação de seu patrimônio, mas desperdiçam o tempo, a única coisa que justificaria a avareza."


Que fascínio observar um tema tão discutido atualmente apresentado numa obra de praticamente dois milênios!
Claro, devemos ler sob a ótica do filósofo estóico, mas impressiona notar que a humanidade avança em tecnologia, e variados temas relacionados ao pensamento, mas algumas observações da vida prática, que parecem tão contemporâneos, são em verdade recorrentes.

Uso das palavras de Diderot na capa do livro: "Este tratado é lindo: recomendo a todos os homens"


No futuro falarei mais sobre estes textos. Por hoje fica a dica.


Abraços

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pessoas inteligentes bebem mais?! Só eu não sabia



Ai está a ciência trazendo subsídios para minhas bobagens...


Um estudo americano e um inglês que acompanharam crianças por alguns anos mostraram que as mais inteligentes bebem mais quando adultas.

Creio que eu fui uma criança inteligente e talvez seja um adulto que bebe acima da média, mas correlacionar isso é uma tarefa para pesquisadores criativos, e provavelmente beberões.

Como destaque para a pesquisa vale ressaltar as "categorias cognitvas" escolhidas: “muito burro”, “burro”, “normal”, “esperto” ou “muito esperto”. Não soam muito delicadas, mas a ciência não deve se importar com isso, já que depois serão mesmo tratadas numericamente.

Mas você que nos lê e gosta de tomar uma branquinha, tenha cuidado: esta é uma relação probabilística, portanto há uma grandiosa chance de você ser burro da mesma forma.

Referências:
Pesquisa 1
Pesquisa 2
Um possível porque
Google



macacos bêbados: mais inteligentes do que muitas pessoas